quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Uma Definição de Confiança

Confiar , verbo que anda bem difícil de conjugar nos tempos atuais .Afortunados os que encontram a quem lhe seja merecedor de confiança ...e não se decepciona .


Confiança é o ato de confiar na analise se um fato é ou não verdadeiro, devido a experiências anteriores, entregando essa análise à fonte de estatísticas e opiniões de onde provém a informação e simplesmente considerando-a checando-a com outras informações a chamada cruzamento de informações. Se refere a dar crédito, considerar que uma expectativa sobre algo ou alguém será concretizada no futuro.

Aceitar a própria decisão de outra pessoa. Confiar em outro é muitas vezes considerado ato de amizade ou amor entre os humanos, que costumam dar provas dessa confiança. Sem essas provas, o indivíduo tende a basear-se apenas na informação dada (ou a falta dela) acabando por seguir provavelmente uma linha de pensamento longe da verdade.

O grau de confiança entre duas pessoas ou mais, é determinado pela capacidade que elas têm de prever o comportamento uma da outra, dentro de uma nação. Tem como base experiências passadas que corroboram um padrão esperado, valores compartilhados percebidos como compatíveis.

Mesmo quando duas pessoas possuem fortes vínculos afetivos - marido e mulher, comandantes e subordinados, rei e súditos, por exemplo -, existem situações em que eles têm de negociar, porque um não confia na decisão do outro e isso não tem, em princípio, nada a ver com honestidade, mas sim com a incapacidade de prever o comportamento do outro.

(Retirado da Internet )

Por mais explicado que seja , confiar sempre será vago e , seu resultado , imprevisível !

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Dor - Mal de Amor

 dor da saudade


Amar dói tanto , que você fica humilde . E olha de verdade para o mundo .
Mas , ao mesmo tempo ,fica gigante . E sente a dor da humanidade inteira .
Amar dói tanto que , como toda a dor que , de tão insuportável , produz anestesia própria .
E não dói mais .

Tati Bernardi
 dor da saudade
Pois é...amar dói , saudade dói...Mas será que tem mesmo que doer ? 
Acho que essa dor é o modo do sentimento mostrar que está ali . 
É um modo da emoção dizer que existe...de dizer que ela deseja algo.
É a vontade gritando que sente falta e não quer desistir ou abrir mão de alguma coisa que , embora lhe cause dor , também o nutre de alguma forma  .
Saudade que não dói  não é saudade..É estar confortável com a ausência ...
É querer que não alucina...É vontade passageira...
É lembrança apenas . 
É como a folha seca , que o vento leva ...e , às vezes , traz de volta...mas a gente só fica olhando Porque o vento que traz , é o mesmo que a soprará , mais uma vez , para longe . 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Para você , me fiz poeta

  A emoção que me vem
Faz de mim poeta
Torna turvos os olhos meus
Ainda que inseguras
Minhas mãos buscam compor  
 Com simples palavras  
Os mais sinceros sentimentos 
As mais intensas emoções
Que em ti encontrei  
Que a ti dedico 
   Para você , fiz-me poeta
  Mas os versos que componho
Não são meus
São seus
Cada letra , cada palavra
Que escrevo
Brotam dos sentimentos que lhe tenho ...
 Sentimentos únicos
Que nos fazem únicos
Nos fazem amigos , companheiros , amantes 
Não importa o que somos
Não importa o que temos
  O que torna a minha existência melhor
É o seu existir 
Pra você me fiz poeta.

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Strip tease

Martha Medeiros

 desnudar da alma

 Chegou no apartamento dele por volta das seis da tarde e sentia um nervosismo fora do comum. Antes de entrar, pensou mais uma vez no que estava por fazer. Seria sua primeira vez. Já havia roído as unhas de ambas as mãos. Não podia mais voltar atrás. Tocou a campainha e ele, ansioso do outro lado da porta, não levou mais do que dois segundos para atender.
Ele perguntou se ela queria beber alguma coisa, ela não quis. Ele perguntou se ela queria sentar, ela recusou. Ele perguntou o que poderia fazer por ela. A resposta: sem preliminares. Quero que você me escute, simplesmente.
Então ela começou a se despir como nunca havia feito antes.


Primeiro tirou a máscara: "Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade. Você é a pessoa mais especial que já conheci. Não por ser bonito ou por pensar como eu sobre tantas coisas, mas por algo maior e mais profundo do que aparência e afinidade. Ser correspondida é o que menos me importa no momento: preciso dizer o que sinto".

http://umpoucodetudocomlaurinha.blogspot.com.br/
 Então ela desfez-se da arrogância: "Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem. Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto, cada deslumbramento que tenho é com você que sinto. Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história."
Era o pudor sendo desabotoado: "Eu beijo espelhos, abraço almofadas, faço carinho em mim mesma tendo você no pensamento, e mesmo quando as coisas que faço são menos importantes, como ler uma revista ou lavar uma meia, é em sua companhia que estou".
                                     
Retirava o medo: "Eu não sou melhor ou pior do que ninguém, sou apenas alguém que está aprendendo a lidar com o amor, sinto que ele existe, sinto que é forte e sinto que é aquilo que todos procuram. Encontrei".
 Por fim, a última peça caía, deixando-a nua

desnudar da alma"Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui".
E saiu do apartamento sentindo-se mais mulher do que nunca.


 (Martha Medeiros)

Despir-se de um amor


Resultado de imagem para despir-se de um amor"Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente."

Martha Medeiros (1961) é uma jornalista e escritora brasileira. É colunista do jornal Zero Hora de Porto Alegre, e de O Globo, do Rio de Janeiro.





Sobre humilhação

Sobre humilhação

Durante uma vida a gente é capaz de sentir de tudo, são inúmeras as sensações que nos invadem, e delas a arte igualmente já se serviu com fartura. Paixão, saudades, culpa, dor-de-cotovelo, remorso, excitação, otimismo, desejo – sabemos reconhecer cada uma destas alegrias e tristezas, não há muita novidade, já vivenciamos um pouco de cada coisa, e o que não foi vivenciado foi ao menos testemunhado através de filmes, novelas, letras de música.

Há um sentimento, no entanto, que não aparece muito, não protagoniza cenas de cinema nem vira versos com frequência, e quando a gente sente na própria pele, é como se fosse uma visita incômoda. De humilhação que falo.

Há muitas maneiras de uma pessoa se sentir humilhada. A mais comum é aquela em que alguém nos menospreza diretamente, nos reduz, nos coloca no nosso devido lugar - que lugar é este que não permite movimento, travessia?. Geralmente são opressões hierárquicas: patrão/empregado, professor/aluno, adulto/criança. Respeitamos a hierarquia, mas não engolimos a soberba alheia, e este tipo de humilhação só não causa maior estrago porque sabemos que ele é fruto da arrogância, e os arrogantes nada mais são do que pessoas com complexo de inferioridade. Humilham para não se sentirem humilhados.

Mas e quando a humilhação não é fruto da hierarquia, mas de algo muito maior e mais massacrante: o desconhecimento sobre nós mesmos? Tentamos superar uma dor antiga e não conseguimos. Procuramos ficar amigos de quem já amamos e caímos em velhas ciladas armadas pelo coração. Oferecemos nosso corpo e nosso carinho para quem já não precisa nem de um nem de outro. Motivos nobres, mas os resultados são vexatórios.

Nesses casos, não houve maldade, ninguém pretendeu nos desdenhar. Estivemos apenas enfrentando o desconhecido: nós mesmos, nossas fraquezas, nossas emoções mais escondidas, aquelas que julgávamos superadas, para sempre adormecidas, mas que de vez em quando acordam para, impiedosas, nos colocar em nosso devido lugar.

(Martha Medeiros)

A FITA MÉTRICA DO AMOR

A FITA MÉTRICA DO AMOR
De Martha Medeiros 

Como se mede uma pessoa?
Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado.
É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.

Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.

Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.

É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes.

Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.
Martha Medeiros

Sumi porque...

Um poema de  Martha Medeiros

Sumi porque só faço besteira em sua presença
Fico mudo quando deveria verbalizar
Digo um absurdo atrás do outro quando melhor seria silenciar
Faço brincadeiras de mau gosto e sofro
Antes, durante e depois de te encontrar.
Sumi porque não há futuro e isso não é o mais difícil de lidar
Pior é não ter presente e o passado ser mais fluido que o ar.
Sumi porque não há o que se possa resgatar
Meu sumiço é covarde mas atento
Meio fajuto , meio autêntico
Sumi porque sumir é um jogo de paciência
Ausentar-se é risco e sapiência
Pareço desinteressado
Mas sumi para estar para sempre do seu lado
A saudade fará mais por nós dois
Mais que o nosso amor e sua desajeitada e irrefletida permanência.


Martha Medeiros (1961) é uma jornalista e escritora brasileira. É colunista do jornal Zero Hora de Porto Alegre, e de O Globo, do Rio de Janeiro.